O papel da mulher na Engenharia e Arquitetura

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O mês da mulher chegou! A Aubicon mantém o contato diário com arquitetas e engenheiras incríveis. Como forma de homenagem, gostaríamos de apresentar um texto a respeito das profissionais que revolucionaram as respectivas áreas e inspiram milhares de pessoas com seus trabalhos.

Mulheres na Engenharia

Infelizmente, a sociedade tem um pré-conceito de que a Engenharia é uma área  majoritariamente masculina. Isso não é uma total mentira, mas está mudando aos poucos.

Segundo o Sistema CONFEA/CREA e MÚTUA, apenas 15% dos cadastros no Sistema são de mulheres. Além disso, dentro dos conselhos, somente 12% dos integrantes é do sexo feminino.

Visando aumentar as porcentagens, tornar mulheres tão participantes quanto homens de lideranças dos CREAS, Conselhos e coordenadorias de câmaras, o Sistema CONFEA/CREA e MÚTUA criou o Programa Mulher. Um programa que serve de incentivo para mulheres profissionais integrarem o mercado de trabalho, cargos decisivos e de liderança. Não é uma busca por superioridade, mas por equidade.

Ainda existem relatos de desigualdade no salário. Segundo dados levantados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2017, o salário médio de engenheiros era de R$7.070,00, e de engenheiras R$6.453,00.

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Entretanto, não pense que as mulheres se deixam levar por isso. Na verdade, elas estão na luta para quebrar estes paradigmas. Profissionais do sexo feminino buscam por mais especializações para ter mais segurança profissional e acabam em cargos mais altos do que os de sexo masculino. 

As vantagens relatadas a respeito dessas profissionais são em relação a possibilidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo e serem mais pacíficas na resolução de problemas. 

Podemos, logo, ver as mudanças que estão sendo discutidas agora. Os cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, Engenharia Têxtil, Engenharia Química, Engenharia de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente e Engenharia Ambiental e Sanitária têm a maioria de seus ingressantes mulheres. 

Cursos mais tradicionais como Engenharia Civil ou Elétrica não contam com a maioria feminina, mas é notável que mulheres estão aumentando sua presença.

Referências na Engenharia

Edwiges Maria Becker Hom’meil

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Edwiges foi a primeira engenheira civil do Brasil. Ela se graduou em 1917 na então Escola Polytecnica do Distrito Federal, que hoje é a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Enedina Alves Marques

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Enedina combateu diversos preconceitos da época. Ela foi a primeira mulher negra do país a se formar em Engenharia Civil, em 1945. Foi a primeira mulher engenheira do Paraná. 

Como profissional, passou anos no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Enedina trabalhou como engenheira na construção da Usina Capivari-Cachoeira, atual Usina Parigot de Souza.

Aprille Ericsson

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Aprille nasceu em Nova Iorque, no ano de 1963. Foi uma aluna brilhante e se formou em Engenharia Aeronáutica e Astronáutica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Logo após, cursou o mestrado e doutorado em Engenharia Mecânica Aeroespacial. Foi a primeira mulher a se tornar mestre e doutora pela Universidade de Howard. 

Ela também foi a primeira mulher negra a conseguir PhD em Engenharia no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. Além de todas essas conquistas, ela desenvolveu projetos de satélites e instrumentos espaciais.

Mulheres na Arquitetura

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O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil disponibiliza dados a respeito do respectivo mercado de trabalho. Neles, é possível ver que 64,04% dos profissionais são do sexo feminino. Sendo que a maioria tem até 40 anos.

O CAU-BR está, pela primeira vez, a comando de uma mulher. A Arquiteta e Urbanista Nadia Somekh assumiu o cargo de presidente do Conselho no começo de 2021. Ela foi escolhida através de uma votação dos conselheiros e pretende mostrar a importância social da profissão.

Ainda existem estigmas para mulheres na Arquitetura. Algumas pessoas relacionam apenas a parte de decoração de interiores à mulheres. Isso afeta aos homens que trabalham na área e descredibiliza profissionais do sexo feminino que têm especialização em outras áreas.

Referências na Arquitetura

Carol Bueno

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Carol Bueno foi sócia fundadora do escritório franco-brasileiro Triptyque. Foi a única brasileira e mulher a fundar esse empreendimento. O escritório recebeu diversos prêmios de arquitetura em capitais como Nova Iorque, Paris e Londres.

Carol foi revolucionária e ousada. Infelizmente, a profissional faleceu no início de 2021, após uma batalha contra um câncer. Mas ela deixou sua marca pelo mundo.

 Desenvolveu projetos de desenvolvimento urbano voltados aos temas sustentabilidade e tecnologia. Dentre suas obras estão o projeto de requalificação do Largo do Arouche, o prédio que abriga o restaurante Chez Oscar, o residencial Onze22.

Lina Bo Bardi

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Achilina di Enrico Bo, mais conhecida como Lina Bo Bardi foi uma arquiteta ítalo-brasileira. Nasceu em Roma, mas em 1951 naturalizou-se brasileira. Ela lutava pela renovação da arquitetura brasileira, principalmente após a ditadura.

Em 1951, fez a Casa de Vidro, no bairro Morumbi, em São Paulo. Seu primeiro projeto arquitetônico realizado. 

Lina foi convidada em 1958 para dirigir o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Lá, projetou o restauro do Solar do Unhão e a adaptação dele para a sede do museu. 

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Provavelmente, sua obra mais conhecida foi retomada em 1966 e inaugurada em 1968, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP). Até hoje é considerado um marco na arquitetura do país.

Lina faleceu em 1992, mas seu legado segue com o Instituto Bardi. Muitas de suas pautas se tornaram tendências, mesmo depois que ela se foi. Hoje, a arquiteta é uma referência internacional.

Rosa Kliass

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Rosa Grena Kliass cursou Arquitetura e Urbanismo na USP na década de 1950. Ela mesma admite que é um mistério o porquê da escolha do curso. Apenas no último ano de faculdade, se deparou com a matéria de Paisagismo e se apaixonou.

Não é para tanto que ela é uma das pioneiras de Paisagismo no país. Naquela época, existia apenas um profissional brasileiro da área, que ficava no Rio de Janeiro. Então, Rosa foi desbravando e criando o seu mercado de trabalho.

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Nos anos 70, participou de projetos envolvendo a Avenida Paulista e fez o projeto de revitalização do Vale do Anhangabaú. Já nos anos 2000, fez o projeto paisagístico para o Parque da Juventude.

Rosa recebeu prêmios da área e militou pela carreira. Se tornou a primeira presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas no ano de 1976. Lutou pelo reconhecimento da profissão de paisagista e hoje visa preparar os novos profissionais.

Zaha Hadid

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A Arquiteta iraquiana-britânica foi a primeira mulher a receber o prêmio Pritzker, assim como a medalha de ouro do Royal Institute of British Architects. Antes de conquistar a premiação mais importante de arquitetura do mundo, era conhecida por suas pinturas de obras não construídas. Muitas pessoas duvidavam que aquelas construções que ela desenhava seriam possíveis. 

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Ela criou e executou diversos projetos com características futurísticas, como o Centro Aquático de Londres, feito exclusivamente para as Olimpíadas de 2012. Outras obras de Zaha: Guangzhou Opera House, na China; Centro Rosenthal de Arte Contemporânea, nos EUA; Museu Maxxi, na Itália.

Essas mulheres foram pioneiras, ícones revolucionárias que devem ser celebradas, homenageadas e servirem de inspiração. Que neste 8 de março estejamos um passo mais perto de uma igualdade tanto no mercado de trabalho quanto na sociedade.

A Aubicon celebra e quer desejar a todas as Arquitetas, Engenheiras e Mulheres um feliz dia das mulheres!